Estabelecer conexões sempre foi uma necessidade humana para desenvolvimento social em diferentes espaços. E essa necessidade, graças aos avanços tecnológicos, deu abertura para uma realidade imersiva do usuário dentro das plataformas online. A evolução desse contexto diz muito do que se trata o metaverso.
Já imaginou estar presente em cenários do outro lado do mundo ao mesmo tempo que está sentado no sofá de casa?
Em 2021, o Metaverso se tornou um dos assuntos mais falados após o anúncio de que a empresa responsável pelo Facebook, agora, se chamaria, Meta.
Embora o assunto esteja em maior foco desde então, o conceito de metaverso vem sendo abordado pela literatura e cinema desde a década de 90.
De forma geral, metaverso está conectado à ideia de um universo virtual que é uma extensão do mundo físico, com tecnologias de alta resolução, permitindo que o usuário crie o que quiser, interaja e possua o seu próprio avatar.
Mas sabemos que não é só isso, então, o que é e como funciona o Metaverso? Já é possível ter acesso a essa tecnologia? Como os negócios devem se preparar para o metaverso? Como são feitas atividades de marketing dentro de um universo com infinitas possibilidades?
Essas são dúvidas frequentes sobre o próximo passo da Era Digital, por isso preparamos um conteúdo para esclarecer essas questões e as expectativas para os negócios nesse contexto.
“Metaverso não é uma revolução, é uma evolução”, afirma Martha Gabriel
“O metaverso é uma evolução, não uma revolução. É uma complementaridade da experiência do mundo físico, podendo abrir novas possibilidades para interagir e viver”.
Em outras palavras, ele é uma influência não só para os negócios, modo de trabalho, mas para a vida de todos nos próximos anos.
A definição de Metaverso é basicamente o significado de “meta” — que corresponde a “além” — junto ao substantivo “universo”. De forma clara, é nada mais do que o conceito de “além do universo”.
Trata-se de como a realidade física pode ser expressa em outros ambientes, nesse caso, no meio virtual, com a possibilidade de interação semelhante ao que já temos no meio físico.
Para simplificar, basta pensar nas formas de comunicação que existem hoje, como as redes sociais.
Estar sempre conectado, compartilhar experiências e se relacionar com pessoas de todas as partes do mundo, possibilitou uma evolução natural, uma abertura para integrar ainda mais pessoas, negócios, lugares e produtos.
A frase que deu início ao tópico foi feita por Martha Gabriel, no RD Summit 2022.
Sendo referência na área de negócios e marketing, ela propõe a ideia de que o Metaverso não é uma revolução como muitos imaginam, mas uma evolução do que temos hoje nas redes sociais e web 2.0.
Martha também ressalta que metaverso é um conceito diferente de mundo virtual 3D, bem como não é apenas realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR).
O pesquisador de mundos virtuais, Edward Castronova, elencou as características desse novo mundo:
Entendendo o que é metaverso é interessante saber, afinal, quando e como surgiu esse conceito que está tão em alta.
No início da década de 90, o mundo vivenciou a explosão da tecnologia, devido a comercialização de computadores pessoais.
Diante disso, a imaginação dos usuários sobre como seria o avanço tecnológico foi inspiração para a literatura, inaugurando o termo Metaverso com o livro “Snow Crash”, de Neal Stephenson, em 1992.
Snow Crash conta a história de Hiro Protagonist, que se passa em duas realidades: a primeira como entregador de pizza e a segunda se trata da vida virtual que ele criou, onde o personagem é um hacker samurai que luta contra uma droga presente neste universo alternativo.
O mercado cinematográfico também esteve aquecido pela ideia do mundo virtual com filmes como “Ready Player One” e a série “Kiss me First”, produzida por Bryan Elsley.
Na série, a personagem trabalha numa lanchonete, e em suas horas vagas entra no Metaverso. Lá ela descobre que pode ir muito além dos jogos de interação, visitando lugares de toda parte do mundo.
Uma das primeiras empresas a tentar desenvolver o ecossistema do metaverso foi a Linden Lab, com o jogo Second Life, lançado em 2003.
O game foi uma explosão entre os jogadores por ser uma tecnologia inovadora, um ambiente virtual e tridimensional, com a possibilidade de interação entre os avatares.
Atualmente, o jogo ainda se encontra disponível, porém perdeu relevância entre os gamers.
Apesar do ambiente inovador, a empresa não conseguiu transformar a internet devido a falta de uma economia digital — que permitisse aos seus usuários ganhar dinheiro nesse ambiente.
Todavia, colocar em prática o metaverso com aplicação de capital e giro de moedas é possível agora, devido à criptomoeda e a tecnologia blockchain.
Possivelmente esta seja a questão de maior interesse aqui: já é possível acessar o
Metaverso?
A resposta é sim!
Porém, a participação nesse universo imersivo é limitada, já que demanda tecnologias que ainda são inacessíveis ou estão em desenvolvimento.
Para começar, o projeto demanda de uma boa conexão de internet, hardwares, carteira digital e plataformas para criar o avatar.
A internet deve ter uma grande velocidade já que a interface do mundo virtual é de alta resolução. A internet 5G é a que melhor garante essa experiência dos usuários ao mundo virtual.
Possuir bons hardwares ajudará na sensação dentro do metaverso. Entretanto, é possível acessar através do smartphone, embora a imersão não seja a mesma por não comportar toda a interface.
A carteira digital também deve ser levada em consideração. Hoje, as moedas digitais possibilitam a compra de acessórios e outras ferramentas desejadas sem a necessidade de um intermediário. As criptomoedas não são exigidas, mas não possuí-las diminui o acesso dentro desse mundo.
Por fim, esteja atento a plataformas de criação de avatares, como Descentreland e The Sandbox. É possível criar um avatar semelhante a você ou personalizado.
Como foi dito, para uma experiência maior no metaverso, as tecnologias necessárias precisam ser popularizadas, como os óculos de realidade virtual, que ainda não são acessíveis de modo geral.
A super digitalização durante a pandemia é uma das grandes responsáveis pela aceleração de futuros digitais e evolução do Metaverso. Vimos a inteligência artificial, a realidade aumentada e virtual ganharem força, bem como a noção das empresas sobre a importância desses recursos.
Uma vez que o distanciamento nunca esteve tão presente em todo o mundo como em 2020 e 2021, fez-se levantar questionamentos de como as marcas podem estar presentes mesmo que não haja o contato físico.
O Meet Me in the Metaverse - The Continuum of Technology and Experience Reshaping Business realizou pesquisas com a Accenture para saber qual a perspectiva dos empreendedores sobre as transformações que o metaverso pode trazer aos seus negócios.
Ficou claro que a maior parte dos executivos globais entendem que a proposta de um “mundo a mais” vai trazer grandes transformações para a estrutura das empresas, bem como o aumento do lucro.
Outro ponto analisado são as formas de trabalho que existem atualmente e que deixarão de existir nos próximos 10 anos.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, cerca de 85 milhões de funções se tornarão obsoletas, dando espaço para o surgimento de 97 milhões de novas funções.
O que só prova que o metaverso é uma realidade imersiva que vai mudar a forma como nos comunicamos, como trabalhamos, e até como nos percebemos.
Assim sendo, obviamente, se ele vai impactar as pessoas e as suas relações, também vai impactar a dinâmica dos negócios.
Não por acaso, como vimos no início deste artigo, uma das maiores empresas do mundo mudou a própria rota para corresponder a essa expectativa de um mundo virtual.
Uma das principais razões para acompanhar o assunto “metaverso” são as oportunidades que ele representa para os negócios. Muitos movimentos de mercado já estão sendo percebidos.
A atratividade do Metaverso está, principalmente, na possibilidade de investimentos semelhantes aos realizados nos espaços físicos.
Ademais, por ser um universo em fase de aprendizado, o que se espera é que novas formas possam surgir durante o processo. Entre elas estão:
Com a estruturação de uma economia própria do metaverso, é possível que os usuários possam futuramente negociar imóveis, itens de luxo, viagens... O que tem muito a aquecer diversos setores do mercado B2B.
Ainda num recorte das empresas B2B, os ganhos no mundo virtual podem ser inúmeros.
Em primeiro lugar, para a aquisição de clientes, aproveitando os recursos do metaverso para preencher as lacunas da entrega de serviços — usando a realidade aumentada para aproximar os clientes das soluções, por exemplo.
Em segundo lugar, para o branding — elevando a um outro nível estratégias e tendências que já são fortes agora, como as personas e a avatarização.
Existem alguns caminhos que já estão evidentes para quem pode investir no metaverso. E para isso, é necessário entender os conceitos e as tecnologias envolvidas nesse mundo.
Já citamos ao longo do conteúdo como a Realidade Virtual (VR) é base para que o Metaverso aconteça.
Em resumo, a Realidade Virtual é um ambiente 3D, que simula o mundo físico de forma imersiva e permite a interação entre os usuários, através de óculos especiais, e até mesmo luvas e roupas.
Seguindo uma lógica inversa à Realidade Virtual (VR), a Realidade Aumentada (VA) insere elementos virtuais no mundo real.
É uma tecnologia que, com auxílio de lentes especiais, transfere informações e características do digital para o ambiente real, através de imagens e gráficos. Um recurso usado para jogos e até intervenções cirúrgicas
Blockchain permite que as transações das criptomoedas (moedas digitais) sejam rastreadas tanto para o envio quanto para o recebimento do valor. Ou seja, é uma tecnologia para interoperabilidade e é um sistema altamente seguro. Por meio dele surgiu a bitcoin, moeda digital mais conhecida do mundo.
As NFTs (non-fungible token, com a tradução para o português de token não-fungível) são códigos de computador que servem para autenticar arquivos. Ou seja, a compra de produtos exclusivos dentro do metaverso será verificada por elas, com o intuito de proteção à propriedade. NFTs são bens de valor único.
Ao falar de oportunidades de negócios no metaverso, nada mais justo do que também esclarecer — o que já é possível — sobre o marketing no metaverso.
É quase intuitivo entender que a forma de fazer marketing vai mudar para se adequar a esse novo universo, a uma nova jornada para os clientes…
Fica claro que novas metodologias surgirão durante todo o processo, mas antes de tudo, vale lembrar que o marketing é sobre criar estratégias com o propósito de atingir e se conectar com o público.
Mas então, isso vai mudar com o metaverso?
Por um lado, é plausível dizer que a evolução para uma realidade virtual imersiva unida ao poder de compra, nos prepara para uma nova forma de pensar sobre negócios, marketing e comunicação.
Por outro lado, possivelmente a orientação mais eficiente aqui é se ater à essência do marketing e pensar no público. A partir disso, usar as tecnologias do metaverso para ampliar as camadas de experiência. Claro, de forma alinhada ao objetivo do negócio.
São novos desafios mas, da mesma forma que as empresas seguem progredindo, a natureza do marketing segue a mesma lógica. Basta pensar em como a pandemia intensificou estratégias hiper digitais, a partir da adequação do marketing.
Isto é, muitos negócios se apoiaram no marketing para manter o relacionamento com a audiência, uma jornada de clientes ainda eficiente e até mesmo para reinventar os seus modelos de entrega, que foram os casos de empresas no ramo de hotelaria, educação, setor imobiliário etc.
Talvez esse mundo virtual ainda esteja parecendo muito abstrato e futurista para você.
Mas, a forte influência do metaverso nos negócios está sendo vista na prática, com empresas que já ingressaram nesse universo, movimentando investimentos milionários.
E não são só as big techs como a Microsoft, o Google, o próprio Facebook... A lista é longa e envolve grandes e pequenas empresas, de atuações diversas.
Confira algumas delas e de que forma elas já estão atentas ao metaverso:
A martech brasileira é especialista no desenvolvimento de espaços virtuais 3D desde 2009. E já expandiu sua atuação para EUA, Europa e outros países da América Latina, com a criação de mais de 20 metaversos. Resultando em inúmeros cases e parcerias com grandes nomes do mercado como Bradesco e Nike.
Com 6 anos de mercado, a produtora utiliza a tecnologia para desenvolver conteúdos imersivos, storytelling e experiências audiovisuais. São inúmeros projetos entregues, entre eles trabalhos com holografia para parceiros como Samsung, Mastercard e Ford.
Em 2021, a marca entrou no mundo dos games e desenvolveu a Nikeland no jogo Roblox, oferecendo skins personalizadas para os fãs de esportes.
Também em 2021, a instituição lançou uma experiência virtual no jogo GTA Roleplay, permitindo que o jogador abra uma conta no banco e passeie pela exposição do Egito Antigo, no Centro Cultural Banco do Brasil.
A privacidade dos dados é um dos maiores receios de quem usa redes sociais e a mesma preocupação vai acompanhar o Metaverso.
Recentemente, entrevistas realizadas pela KPMG com estadunidenses mostram as dúvidas existentes sobre políticas de privacidade e roubo de dados.
Vale interpretar a frequência dessas perguntas como um resultado da desconfiança gerada desde o surgimento das redes sociais com a alta exposição de dados e imagens.
Já era esperado então que a ideia de um novo mundo virtual, idealizado como a extensão do que já vivenciamos atualmente, fosse entendida como um risco à privacidade.
Em suma você já sabe o que é o metaverso, as muitas camadas que ele envolve como um movimento de evolução já a todo vapor, e que, consequentemente, divide opiniões.
Contudo, é inegável que ele já está movimentando o mercado, com oportunidades iminentes para os negócios, novas profissões e até mesmo novos estilos de vida.
Estar dentro do universo virtual, é participar de diferentes possibilidades de lucratividade, networking, empreendimento, entretenimento e muito mais.
O que só reforça a importância de acompanhar o tema.
Por fim, esse não é um conteúdo para gerar ansiedade ou para bater o martelo de que a sua empresa precisa estar no metaverso.
São informações úteis para contribuir com um conhecimento crítico sobre essa nova era digital que está cada vez mais no nosso dia a dia.
No marketing sabemos que é preciso atenção e aprofundamento acerca das tendências, do macroambiente, e das necessidades que surgem a partir disso.
Uma visão apropriada de mercado favorece decisões assertivas e nos dá recursos para evoluir nossas soluções e o ecossistema.
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