Já dizia o imortal Chacrinha: “Quem não se comunica se trumbica”. Embora a frase tenha sido moldada lá na década de 80, ela é fundamental para falarmos da realidade atual. Isso porque vivemos em um mundo onde todas as empresas querem estar sempre presentes no digital. Para alcançar o destaque necessário, no entanto, é preciso falarmos então sobre o tom de voz da marca, você já ouviu falar?
A definição desse elemento é fundamental para qualquer ação de marketing que conhecemos hoje. Afinal, se você não souber se comunicar, irá se “trumbicar” e aí, os resultados não acontecerão. Certo?
Diante disso, este material visa explicar o que significa o tom de voz da marca, sua relevância para as estratégias de atuação no ambiente digital, e como ela pode ser pensada a partir de arquétipos de personalidade.
Ficou interessado? Então vamos lá!
Imagine que sua empresa atue em diferentes canais de comunicação e atendimento e em cada um deles, a pessoa responsável se comunica de modo diferente: um mais formal, o outro mais descontraído e um terceiro bem mais direto e sucinto.
Provavelmente, tais perfis possam agradar a tipos distintos de cliente, mas não colabora para a construção de uma identidade única da marca. O mesmo cliente, por exemplo, passando pelos diferentes pontos de atendimento vai perceber a diferença e isso pode causar um desinteresse ou uma desconexão com a marca.
Por isso, definir o tom de voz é importante. Não sabe o que é? a gente te explica.
O tom de voz de uma empresa ou marca consiste, justamente, na definição de um perfil que vai dialogar com seu público nos mais diferentes canais, inclusive nas estratégias digitais. O tom de voz pontua a forma como a empresa se comunica e se comporta e serve como parâmetro para o público identificar-se com a marca.
Assim, o tom de voz, além de exprimir autenticidade, também revela coerência da marca em suas
comunicações e campanhas. Nesse caso, definir o tom de voz da marca é pensar a empresa como uma pessoa que tem ali trejeitos e particularidades na forma de se expressar.
Ou seja, da mesma forma que o atendente irá comunicar no atendimento, será com o mesmo “tom de voz” e maneira de se expressar em uma publicação na rede social, por exemplo, dando à empresa um tom de voz único.
Com isso, é possível aproximar mais o público da marca, potencializando o relacionamento com o cliente e ampliando esse alcance, uma vez que o tom de voz também torna a comunicação da empresa mais humana, o que gera identificação, como já mencionado.
Embora pareçam se tratar do mesmo aspecto, tom de voz e voz da marca são estratégias diferentes a serem alinhadas. Enquanto o tom é a forma como a empresa se comunica, a voz da marca, por sua vez, é a unidade que orienta o tom nessas diversas situações.
Ainda confuso? Relaxa.
A Voz da marca está ligada à personalidade, aos adjetivos que queremos que sejam associados à empresa. Por exemplo: divertido, jovem, extrovertido. Essas características precisam se manifestar no tom.
Então, a voz determina como vamos falar, escolha de palavras, vocabulário, etc, nas diferentes manifestações do tom.
Outro termo que pode ser confundido com o tom de voz é a brand persona. Já temos claro o que é o tom da voz da marca, a brand persona, por sua vez, trata-se da personagem que vai representar a marca, usando o tom de voz definido.
É com a brand persona que o cliente vai se identificar e se
relacionar de forma mais confortável, mais humana. Isto é muito importante, uma vez que o relacionamento com a empresa está incluído na experiência de consumo e importa tanto quanto a excelência do produto ou serviço em si.
Ou seja, o tom de voz da marca é a voz da brand persona. No entanto, esse arquétipo apresenta informações que vão embasar a forma da empresa comunicar e outras informações mais.
Imagine, por exemplo, a forma como você se comunica na sua empresa. Existem informações e uma história por trás que te ajuda a se comunicar daquela forma, certo? Seja com outras experiências profissionais ou mesmo pessoais.
Assim, quando se constrói a brand persona, é você transformar a sua empresa em uma pessoa e o tom de voz da marca e a forma como ela se comunica nos seus mais diversos canais de comunicação.
Dessa forma, sabendo aplicar nos conteúdos, é possível aumentar o engajamento do cliente, alcançando melhores resultados nas estratégias e, por consequência, nas vendas.
Entendido o que é o tom da voz e sua diferença para brand persona e voz da marca, devemos compreender onde podemos aplicá-lo. O tom de voz embora seja um requisito para as estratégias de comunicação e marketing, nas campanhas e conteúdos criados, não deve se resumir a estas duas áreas.
Pelo contrário, se o tom de voz corresponde às marcas de comunicação da empresa, ele deve estar presente em todas as pontas do negócio: nas campanhas, nos conteúdos, assim como no atendimento presencial, no telemarketing, nas vendas e pós-venda.
Assim, ele serve para as estratégias omnichannel, criando coesão em todas os canais e manifestando o mesmo posicionamento ou comportamento nas diferentes ocasiões. Isso gera distinção e é um diferencial competitivo relevante a ser praticado.
Como vimos, o tom de voz traz personalidade à marca, uma vez que vai definir a forma como essa marca vai falar em seus canais de comunicação. A manutenção do tom de voz além de mostrar coesão, gera identificação, reforça o posicionamento da marca e tem maiores chances de aproximar o cliente da empresa.
Entre os principais benefícios, destacamos:
A identificação com a marca, uma vez que ao escolher palavras, expressões, imagens que se aproximem do perfil do cliente, ele estará bem mais motivado a engajar com a marca e a consumir seus produtos e serviços.
Outro aspecto importante em construir um tom de voz da marca é o desenvolvimento de uma comunicação sem ruídos. Nesse caso, o tom de voz também auxilia nesse processo de criar uma estratégia mais clara e alinhada aos interesses da marca, de como comunicar o que se precisa comunicar, sem desviar do tom e mesmo brand voice.
Como resultado, teremos uma construção de autoridade da marca, tornando-se referência por conseguir dialogar com seus clientes. Ela será mais facilmente lembrada pela forma autêntica como se comunica.
Por fim, e não menos importante, com o tom de voz acertado e coeso, a marca consegue ainda fidelizar o cliente, que retorna pelo bom atendimento humanizado que recebe, pelos conteúdos que se alinham com suas necessidades e pelo posicionamento que o agrada.
Tendo em vista que a ideia de criar um tom de voz para a marca é humanizá-la e gerar aproximação entre marca e cliente, precisamos entender como podemos construir esse tom de voz mais próximo de uma pessoa real.
Assim, apresentaremos os arquétipos de Carl Jung como uma orientação a ser considerada no momento da elaboração desse tom de voz.
O termo arquétipo refere-se a modelos ou padrões de personalidade, é uma noção coletiva que se tem sobre algo. O psicanalista Jung debruçou-se sobre o tema, elencando 12 arquétipos mais comuns de encontrarmos e são produzidos pela indústria do entretenimento e publicitária, como a ideia de herói e vilão, por exemplo.
Este arquétipo representa otimistas, sonhadores e esperançosos, São pessoas que apresentam uma certa ingenuidade e evitam o conflito. Assim, tem como desafio agradar aos outros e ser feliz.
Este arquétipo representa lógica, verdade e critério. São pessoas que apresentam como personalidade a busca pela verdade e pelo conhecimento. Podem mostrar-se metódicos e detalhistas.
Este arquétipo caracteriza-se pela liberdade, ousadia e independência. Descreve pessoas que buscam uma vida mais livre, sem rotina. A autenticidade marca este arquétipo que tem como desafio lidar com o idealismo e tornar-se alguém insatisfeito com a realidade que vive.
Esse arquétipo, como o nome sugere, tem por personalidade gostar de questionar, provocar e quebrar as regras vigentes. Assim, tem tendência a atitudes de autodestruição.
Este perfil tem por característica ser intuitivo, visionário e inventor. Seu desafio consiste em barrar a tendência à manipulação, idealismo e solidão.
Este perfil é reconhecido por ser protagonista, sendo corajoso e com vitalidade. Seu maior desafio é lidar com a arrogância e ambição.
Este arquétipo, por sua vez, é marcado pela intensidade, intimidade e sensualidade. O principal desafio aqui é perder sua própria identidade pelo desejo intenso de agradar e encantar o outro.
Este arquétipo tem por característica a diversão, leveza e espontaneidade. Seu principal desafio é não se manter na superfície das coisas e também aprender a administrar melhor seu tempo.
Arquétipo marcado pelo realismo e simplicidade.Não impõe suas convicções ao meio que se encontra. Costuma ser representado pela figura do bom vizinho, funcionário responsável e do realista. Seu desafio é não ter pretensão.
Marcado pelo altruísmo, proteção e compaixão, o desafio deste arquétipo é não carregar as dores do mundo e também não sufocar quem o rodeia.
Perfil caracterizado pela liderança, solidez e excelência. Tem como desafios saber delegar e ser flexível.
Arquétipo da imaginação, arte e inovação. Seu desafio é a inconstância e pensar muito mais do que agir.
Antes de escolher um perfil ou arquétipo para o tom de voz da marca, é importante considerar alguns elementos para que ele possa ser mantido a longo prazo e não ser contraditório com outras esferas da estratégia da marca.
Vejamos, a seguir, os passos necessários para acertar na definição do tom de voz.
O tom de voz deve corresponder ao seu público-alvo. Se a marca tiver mais de um perfil de público, desenvolva tons que sejam adequados a cada segmento, sem perder de vista a voz da marca.
Nesse caso, ao entender com quem você quer conversar, fica mais fácil definir como será o tom de voz.
Imagine, por exemplo, como é para uma marca conversar com pessoas idosas enquanto outra, lida com adolescentes de 15 a 18 anos. Enquanto uma precisará ser bem mais branda e calma, a outra pode fazer uso de gírias e memes atuais, por exemplo já que é o que costuma engajar com esses públicos.
Ao entender seu público, você poderá criar uma persona com mais proximidade aos anseios e necessidades dele, o que ajuda a personalizar ainda mais o tom de voz e as estratégias a serem trabalhadas.
Nesse ponto, será fundamental entender quais são os objetivos do seu público, quais são as dores dele e como a sua marca pode ajudar a solucionar essas dores.
Ao entender esse caminho, ficará mais fácil criar uma conexão do que é interessante em cada etapa da jornada de compra.
Os canais também são importantes na estratégia do tom de voz. Nesse caso, em que lugar a marca deve falar de forma mais descontraída e em qual canal de forma mais organizacional?
Isso porque em diferentes canais, as pessoas se comportam de maneiras diferentes. Enquanto no LinkedIn, por exemplo, a pessoa pode ser retraída e ficar apenas dando likes nas publicações, no Instagram ela pode ser super engajada e gostar de se comunicar.
Nesse caso, será papel do seu tom de voz da marca saber conversar com o seu público nos diferentes canais em que a sua persona está presente para criar conexão e ela se sinta conectada com a marca.
Uma tática interessante para não se perder na estratégia do tom de voz é organizar em uma tabela em que você coloque o tom de voz e as descrições de como ele deve se apresentar, em cenários hipotéticos, mas possíveis de acontecer.
Para isso, construa uma série de frases e palavras-chave que devem estar presentes na comunicação da marca. Assim, ficará mais fácil simular, a partir delas, como o tom de voz se comportaria em situações semelhantes ou diferentes.
Como vimos, o tom de voz da marca é hoje um elemento importante na estratégia de marketing e deve nortear toda a comunicação da empresa nos diferentes canais.
Por mais que sejam conceitos semelhantes, o tom de voz é diferente da voz da marca e do brand persona.
Enquanto o primeiro revela a forma como a marca se comporta, o segundo determina aspectos desse comportamento. Já o terceiro, a brand persona, é a personificação desses dois elementos: brand voice e tom de voz.
Vimos ainda que definir o tom de voz não é tão simples e muitas empresas se perdem no personagem. Por isso, é preciso alinhar objetivos, com perfil do público e canais de comunicação. Criar roteirinhos e manuais também são técnicas fundamentais para sustentar o tom de voz criado.
Ao acertar na escolha do tom de voz da marca, esse recurso pode trazer autoridade de marca, agregar mais valor por meio de proximidade e humanização, além de fidelizar e engajar bem mais o cliente.
Viu como o tom de voz ideal pode melhorar os resultados de marketing da sua empresa? Confira então,
Como gerar resultados com o marketing de conteúdo e descubra como potencializar o tom de voz da sua marca.
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